9 mitos sobre a Cannabis medicinal

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Os brasileiros estão pouco a pouco compreendendo que o uso medicinal da cannabis é assunto sério e que, quem defende, está ao lado do direito à saúde e à qualidade de vida de milhões de pacientes que sofrem com doenças crônicas como epilepsia, alzheimer, depressão, entre outras.

A pauta tem ganhado espaço e a gente agradece muito, mas com essa visibilidade, vem também muita desinformação. Esse post é a nossa colaboração no combate às fakenews da cannabis medicinal.

Trazemos verdades sobre nove grandes mitos:

1. O uso medicinal da cannabis ainda não foi estudado o suficiente.

Esse é um MITO – com maiúscula mesmo – muito espalhada por aí.

Basta uma pesquisa no Google para ela cair por terra. Contam-se milhares os estudos já realizados em todo o mundo sobre as propriedades medicinais da cannabis. No Brasil, o médico Elisaldo Carlini, falecido em 2020, é uma referência e suas pesquisas que tiveram início na década de 1970 foram publicadas em revistas científicas renomadas aqui e no exterior.

2. Cannabis medicinal pode estimular o uso de outras drogas.

Mil vezes não. A verdade é que:

o cannabidiol (ou CBD), fármaco mais comumente usado, não tem em sua composição substâncias psicoativas presentes na cannabis. E em relação ao THC (tetrahidrocanabinol), também fundamental para o tratamento de várias doenças, não há estudos que comprovem a correlação entre a adoção do medicamento e o uso de outras drogas, como opioides.

Aliás, o que há são pesquisas que indicam o cannabidiol como aliado no combate ao uso abusivo de drogas, como esta aqui da Universidade do Mississipi.

Há também muitos médicos que defendem o uso no tratamento de dependentes químicos, como o neurocirurgião e diretor técnico do Centro de Excelência Canabinoide, Dr. Pedro Pierro. Ele destaca que “é preciso se despir dos preconceitos. Ainda no século passado, um dos periódicos mais relevantes do mundo, The Lancet, publicou um estudo sobre a utilização da cannabis para pessoas com dependência em ópio. Nós temos no Brasil diversos grupos de trabalho que utilizam a cannabis para pacientes com dependência em crack e que estão conseguindo tirar essas pessoas do vício”.

3. Legalizar o uso medicinal da cannabis pode aumentar a criminalidade

Muito pelo contrário!

Nos Estados Unidos, onde o uso medicinal está mais disseminado, já foi possível até avaliar que o aumento do crime ocorre, na verdade, onde a distribuição legalizada é proibida. Olha aqui.

4. O uso medicinal da cannabis faz crescer o uso recreativo entre adolescentes

De novo: MITO – e há provas!

Já existem diversos estudos que mostram que isto não acontece, separamos alguns destas pesquisas pra você: acesse aqui, aqui e aqui.

5. Cannabis medicinal é só uma desculpa para quem quer “ficar chapado”

Não é mesmo.

Primeiro porque há fármacos à base de cannabis que não contêm as substâncias psicoativas da planta, portanto não “dão barato”. Por exemplo, canabidiol (CBD) e ácido tetrahidrocanabinólico (THCA – não deve ser confundido com THC) não tem psicoativos.

Outros canabinoides, como o THC, que contêm psicoativos também são fundamentais para o tratamento de algumas enfermidades.

E como todo medicamento, estas substâncias são prescritas por profissionais da saúde e os pacientes são acompanhados de perto durante o tratamento.

6. Uso medicinal da cannabis pode causar overdose

Um total de ZERO pessoas já sofreram overdose devido ao uso de cannabis medicinal e isso é fácil de explicar.

Ao contrário dos opioides e dos benzodiazepínicos, a Cannabis não interfere no funcionamento do sistema respiratório, por isso não causa overdose.

7. Organização das Nações Unidas (ONU) baniu o uso medicinal da cannabis

Também é falso. Por conta do estigma que esta planta sofre, alguns acreditam erroneamente que a Convenção Única das Nações Unidas sobre Entorpecentes, de 1961, proíbe a cannabis medicinal.

No entanto, o texto que o documento usa é: “O uso de cannabis para outros fins que não médicos e científicos deve ser interrompido.”

8. Pacientes que recorrem à cannabis medicinal podem oferecer riscos à segurança no trabalho

Como já explicamos neste mesmo texto, muitos medicamentos são feitos com CBD e não contêm substâncias psicoativas, por isto não afetam a capacidade motora do paciente, nem são capazes de diminuir a concentração ou causar problemas no ambiente de trabalho.

No caso de medicamentos que contém THC em suas fórmulas, caberá ao médico dar as orientações em relação à dosagem e a manutenção das atividades de trabalho do paciente, assim como acontece em tratamentos com outras medicações.

Remédios a base de cannabis

9. Cannabis medicinal pode curar quase tudo

Calma lá!

O uso medicinal da cannabis tem mesmo muito potencial e pode ajudar no tratamento e amenizar sintomas de diversas doenças, como:

  • ansiedade,
  • câncer,
  • epilepsia refratária,
  • autismo,
  • alzheimer,
  • esclerose múltipla,
  • distúrbios do sono e
  • dores crônicas

Mas está longe de ser uma fórmula milagrosa e não funcionará da mesma maneira em todas as pessoas.

A decisão de usar fármacos à base de cannabis deve ser baseada na ciência e c personalizada para cada caso, sempre com orientação de um profissional da saúde habilitado para prescrever este tipo de medicamento.

Agora que você já sabe alguns dos mitos que giram em torno da Cannabis medicinal, pode fazer sua parte na conscientização da sociedade e espalhas estas informações por aí.

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